A entrada e a saída de um funcionário na empresa custam caro — e não apenas financeiramente. Cada movimentação exige uma série de processos, novas seleções, entrevistas, períodos de experiência, sendo necessário trabalhar para reduzir esse ciclo. E é aqui que entra a taxa de turnover.
A taxa de turnover mede a rotatividade de funcionários em uma empresa — se ela consegue manter talentos ou se perde funcionários com muita frequência. Esta taxa pode ser calculada de diferentes formas. Por exemplo, a razão entre o total de funcionários e as saídas em determinado período, para se obter uma base de comparação.
Quando a taxa de turnover é muito alta, correm-se alguns riscos. Além dos custos inerentes aos processos de demissão e contratação, há o desgaste da imagem da companhia diante dos funcionários atuais e profissionais que consideram trabalhar nela — bons profissionais buscam corporações onde possam desenvolver suas carreiras.
O resultado? Queda na produtividade, na qualidade do atendimento, serviços e produtos, entre outros problemas.
A taxa de turnover contabiliza tanto os funcionários que pedem demissão quanto os que são demitidos. Em ambos os casos, pode haver problemas de gestão que precisam ser resolvidos.
Se muitos funcionários têm sido demitidos, por exemplo, talvez seja preciso rever as estratégias da empresa em diversas áreas. Será que as contratações não têm sido feitas de maneira mal planejada?
Há organizações que, por exemplo, contratam imediatamente ao conquistar novos clientes e, se estes dispensam os serviços, demitem com a mesma rapidez, gerando insegurança em toda a equipe.
Se muitos funcionários têm pedido demissão, pode haver problemas como a contratação de pessoas sem o perfil adequado para as vagas, um clima ruim dentro da companhia, falta de oportunidades, entre outros.
Por isso, se constatada uma alta taxa de turnover, o primeiro passo deve ser uma avaliação do cenário. O que pode estar motivando as saídas? São fatores internos, como salários muito baixos, ou externos, como um mercado aquecido e cheio de oportunidades para os profissionais?
O ideal seria que toda empresa pudesse pagar salários atraentes, oferecer um ambiente sempre agradável e repleto de grandes oportunidades. Porém, sabemos que nem sempre há recursos e a economia pode não colaborar — toda instituição passa por momentos de dificuldades ocasionalmente.
Mas não se desespere. Ainda que com recursos restritos, é possível implementar mudanças que podem ajudar a diminuir a rotatividade. A maioria delas é focada no bem-estar dos funcionários e muitas são relativamente simples.
Ofereça uma remuneração justa, planeje bem as tarefas pelas quais ele será responsável para evitar excessos e tarefas inadequadas à função. Incentive o respeito dentro da empresa e dê uma atenção especial aos pequenos detalhes — deixar um funcionário horas ou dias esperando para falar com você, por exemplo, pode passar a impressão de que você não tem interesse pelo que ele tem a dizer.
Procure, também, envolver os funcionários nos processos de decisão e dê autonomia para eles. É importante que eles sintam que a empresa confia neles, e não apenas dá ordens.
Elogiar funcionários que fazem hora extra, que se sacrificam pelo emprego, que abrem mão de sua vida social… Essa é a maneira errada de incentivar sua equipe.
Elogie as coisas certas. Ficar até tarde todo dia e deixar de passar um tempo com a família pode até soar como interesse no trabalho, mas não é saudável. No longo prazo, isso pode gerar problemas como estresse, ansiedade e até a queda de produtividade, mesmo com mais horas de trabalho.
A companhia também corre o risco de criar uma competição entre os funcionários para ver quem se sacrifica mais, e não necessariamente quem produz com mais qualidade. Uma dinâmica perigosa para empresas e profissionais.
Por isso, foque em elogiar o trabalho bem feito, o comprometimento, a produtividade, o bom relacionamento com os colegas, os talentos. Lembre-se sempre de que os elogios reforçam comportamentos.
Muito estresse é causado por ruídos de comunicação dentro do ambiente corporativo. Você certamente já notou como a demissão de um funcionário pode acabar gerando boatos de que há mais pessoas na fila, causando medo em toda a equipe.
Ou como um conflito entre ordens de dois superiores pode colocar um funcionário em uma situação complicada — que ordens obedecer? Quem será o responsável pelo resultado?
Para evitar problemas como estes, garanta que a comunicação dentro da empresa seja sempre muito clara e objetiva. Abandone de vez as reuniões intermináveis e sem foco, as enxurradas de e-mails, os conflitos de liderança.
Organize a equipe e estabeleça canais oficiais de comunicação. Sempre que perceber crises, trabalhe para contorná-las.
Para evitar contratempos, procure organizar bem os processos de sua empresa. A comunicação desempenha um papel fundamental aqui — é importante que os funcionários saibam exatamente o que está sendo pedido, como proceder e o que acontece dentro da organização.
Organizar tarefas, responsabilidades e prioridades também é fundamental. Assim, todos sabem o que precisam fazer, quando fazer, a quem devem responder ou quem devem cobrar.
Isso evita conflitos de poder, discussões sobre responsabilidades, entre outros problemas que comprometem muito o ambiente e o trabalho em si.
Este cuidado começa na contratação. Não faça falsas promessas e nem crie expectativas que não pode cumprir. Se o trabalho vai exigir bastante dedicação e, provavelmente, horas extras, deixe isso claro. Se o crescimento na carreira será lento, também.
Não minta para atrair candidatos, assim como eles não devem mentir para conquistar o emprego. Mantendo as expectativas na medida certa, evitam-se frustrações e consequentes saídas.
A possibilidade de crescer e de aprender é uma das motivações mais fortes para a maioria dos profissionais. Nada pior do que passar anos na mesma função, com a mesma remuneração e sem novas atividades que desafiem e mostrem a confiança da empresa no funcionário.
Por isso, procure conhecer bem seus funcionários e suas aspirações. Se possível, ajude sempre com a delegação de tarefas em suas áreas de interesse, cursos e palestras na companhia, entre outros.
Pausas durante o expediente, bom ambiente de trabalho, bons relacionamentos e até a salinha do café são sim muito importantes.
Não subestime os esforços para criar um ambiente agradável para os funcionários. Eles passam a maior parte de seu tempo na empresa e esse período não pode, de forma alguma, ser de estresse e desconforto.
Cuide para proporcionar um tempo de qualidade aos funcionários. Alguns cuidados podem ser bem simples e econômicos. Que tal montar uma pequena biblioteca, um espaço para descanso ou oferecer ginástica laboral?
Enfim, sempre haverá funcionários deixando a companhia em nome de oportunidades melhores, mudanças na vida pessoal, insatisfação com a carreira atual, entre outros motivos. Mas estes cuidados podem ajudar a sua empresa a controlar suas taxas de turnover.
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