Entrar em um novo emprego e não conseguir se integrar pode ser frustrante, tanto para quem é contratado, quanto para quem contrata. Por isso, as empresas têm ido além da análise de currículo e entrevistas na hora de efetivar um novo funcionário. As apostas são em treinamento e capacitação intensivos, com o objetivo de engajar o profissional na cultura e nos objetivos da companhia.
Esse processo é chamado de onboarding e, no contexto de administração de empresas, diz respeito aos esforços para adaptar recém-ingressos à rotina, processos e às metas do novo local de trabalho.
Por que o onboarding é importante? Criar um vínculo logo no início entre empresa e funcionário aumenta as chances de permanência e de bons resultados. Afinal, uma pessoa que se sente mais engajada e motivada, consequentemente terá mais condições de aproveitar ao máximo a sua própria capacidade enquanto profissional.
Para as organizações, investir em contratações assertivas, treinamento e capacitação dos novos integrantes é ainda um meio de reduzir o chamado turnover. Segundo o Sebrae, “turnover é a alta rotatividade de funcionários em uma companhia, ou seja, um empregado é admitido e outro desligado de maneira sucessiva.” Para entender mais sobre como ele pode ser prejudicial para uma empresa, leia o nosso artigo sobre taxa de turnover.
O que é onboarding e por que ele faz a diferença?
Onboarding, termo em inglês, quer dizer “embarcar”. Como o próprio nome indica, o processo se trata de colocar alguém para dentro de uma empresa, de modo que ela entenda rapidamente sobre a organização e o objetivo do seu trabalho junto ao restante da equipe. A ideia é diminuir o tempo que alguém leva para se adaptar e atingir o máximo de seu potencial profissional dentro da empresa.
Uma pesquisa da Allied WorkForce Mobility Survey, divulgada em 2012, indicou que profissionais levavam cerca de 8 meses para atingirem a produtividade completa dentro de uma companhia. Esse prazo é impraticável, se pensarmos em mercados cada vez mais acelerados e metas comerciais crescentes.
Para tornar essa familiarização mais rápida, os treinamentos e capacitações do processos de onboarding são essenciais. E eles podem se iniciar já no período de seleção: informações completas sobre a cultura organizacional, o ambiente de trabalho e o que se espera da nova pessoa logo no anúncio da vaga atraem mais pessoas com o perfil desejado.
Após a contratação, outras medidas contribuem para acelerar o procesos de inserção, mesmo antes do primeiro dia, por exemplo:
- Resolver assuntos sobre documentos legais e outros assuntos burocráticos via e-mail;
- Envio de informações básicas, como um “manual da empresa”, para que o novo funcionário já chegue minimamente informado sobre o funcionamento da companhia;
- Informar a equipe sobre o novo colaborar e prepará-la para uma recepção integrada.
No início do trabalho, algumas ações são fundamentais, como apresentações (verbais ou com slides), acompanhamento supervisionado nas atividades, imersão cultural (para que o novo funcionário entenda bem o posicionamento da empresa, seus valores, visão e missão), além de esforços para integração com o time.
Assim, evita-se interpretações erradas sobre a empresa ou comportamentos inadequados, além de aumentar a produtividade e o aproveitamento da pessoa em fase de adaptação.
Onboarding para o fortalecimento da cultura organizacional
Quando falamos de cultura organizacional, nos referimos a como uma empresa se apresenta fisicamente, como ela se comunica com clientes e colaboradores, suas normas, organização, hierarquias, políticas internas e externas. Normalmente, ela é concebida pelos fundadores da organização, e inclui valores essenciais para a companhia.
Porém, só é possível mantê-la, ou mesmo modificá-la em alguns aspectos, com a colaboração das pessoas que interagem entre si e com o ambiente da empresa. Entrar em uma empresa, portanto, trata-se também de incluir-se nesse contexto, e manter-se alinhado ao posicionamento de seu novo local de trabalho.
Nesse processo, o onboarding é essencial: treinamentos e capacitações que orientem sobre o ambiente, sua missão, visão e valores, e sobre a importância da colaboração do novo funcionário para o funcionamento da empresa fazem toda a diferença.
Para breve panorama de como o onboarding tem funcionado na administração de empresas: um estudo, realizado nos Estados Unidos pelo Brandon Hall Group, indicou que 80% das empresas do país que priorizam o engajamento de seus funcionários reduziram as taxas de rotatividade.
GuiaBolso: O onboarding levado a sério
Treinamento e capacitação para integrar não só novos, mas também antigos membros, já são ações-chave em algumas empresas, como a GuiaBolso, especializada em controle financeiro. Por lá, os recém-contratados passam duas semanas em reuniões e treinamentos, para garantir a imersão radical na cultura e nos valores da organização.
O próprio CEO da empresa, Thiago Alvarez, inicia o processo, com uma reunião em que compartilha a história e os planos para o futuro. Gestores de cada área também participam, e treinamentos como o de feedback e o problem solving são promovidos. A prática de pairing também é comum: o novo funcionário passa um tempo ao lado de alguém mais experiente, absorvendo tudo o que puder antes de começar a trabalhar sozinho.
Além disso, reuniões e dinâmicas com toda a equipe são parte da rotina, em uma estratégia de criar uma cultura de foco em resultados e preocupação com as pessoas. “Assim, toda vez que uma pessoa do time ligar o computador, sabe exatamente onde deve dedicar energia para entregar os resultados mais alinhados com a visão”, declarou Alvarez em entrevista ao Sebrae.
Se interessou pelo conteúdo? Quer continuar lendo sobre o assunto? Leia o nosso artigo sobre a importância da montagem da equipe para o seu negócio.