Nem todos conseguem enxergar a geração Z com bons olhos, pois a forma diferente com que esses jovens encaram o mercado de trabalho assusta os mais conservadores. Porém, o dinamismo, a interatividade e a flexibilidade deles trazem um novo ânimo para as corporações.
Empresas de todos os ramos temem o fantasma do turnover. Afinal, obter o retorno dos investimentos em contratação e treinamento demanda um certo tempo. E, para evitar a rotatividade, a melhor maneira é ser assertivo na hora de admitir um novo talento.
Essa geração se sente motivada por meio de constantes desafios. Por isso, cabe às empresas criar métodos que façam com que eles permaneçam por bastante tempo.
Contudo, esse ponto é positivo, pois assim todos saem ganhando. Os jovens adquirem experiência e as corporações lucram com a inovação que eles têm a oferecer.
Quer saber mais sobre a geração Z, seu perfil e principais características? Então, continue lendo o texto!
O que é geração?
Para classificar um grupo de sujeitos que nasceram em uma mesma época e identificá-los por suas principais características e costumes, criou-se o conceito de “geração”.
Ao compartilharem os mesmos anos de nascimento, consequentemente, as gerações vivenciaram os mesmos acontecimentos sociais significativos em importantes etapas de seu desenvolvimento, formando seus conjuntos de valores e prioridades.
Geração Z
Nascida entre meados de 1990 e 2010, essa geração é formada pelos filhos das gerações X e Y. Muitos estão finalizando os estudos regulares ou a faculdade. São cheios de disposição e têm uma visão de mundo bem diferente.
Eles praticamente nasceram com smartphones, tablets e outros aparelhos em suas mãos. Por isso, são extremamente ligados à tecnologia. Esse fator faz com que suas relações profissionais e interpessoais sempre passem, em algum nível, pelo mundo digital.
Assim sendo, as redes sociais são seu principal meio de comunicação. Esses jovens preferem mensagens de áudio e texto a ligações e estão acostumados a câmeras, seja para selfies ou vídeos.
Qual o perfil e as características da geração Z?
A geração Z é conhecida como multitarefa, pois pode ouvir música em fones de ouvido, fazer trabalhos escolares, estar conectada à internet e conversar com alguém que esteja próximo, tudo ao mesmo tempo.
Agilidade e imediatismo são algumas das principais características dos jovens desse grupo. Eles têm um perfil dinâmico, interativo e flexível. Por isso, são propensos a desenvolver atividades que lhes permitam usar da criatividade.
Porém, esse caráter cheio de dinamismo, interatividade e flexibilidade é o que os torna mais predispostos à intolerância com relação a rotinas profissionais e rotatividade de empregos.
Comportamentos
Os jovens da geração Z querem fazer o que amam e são muito exigentes. Em vista disso, não apresentam dificuldade em abrir mão do que não os agrada para buscar algo mais satisfatório.
Dispostos a enfrentar horários irregulares e longas jornadas de trabalho (desde que tenham bons salários), a palavra workaholic (gíria em inglês para “viciados em trabalho”) os define muito bem.
Essa geração tende a um ritmo de trabalho bem mais acelerado. Por captar informações em tempo real de diversas fontes, tornam-se mais antenados aos acontecimentos do mundo e rápidos para exercerem suas funções.
Quais os fatores essenciais para contratá-la?
O processo seletivo é uma via de mão dupla, pois os candidatos também decidem em qual organização desejam trabalhar. Hoje, é comum que os entrevistadores sejam entrevistados, pois há uma preocupação da geração Z com a carreira e os valores da companhia.
E, como são vários os fatores levados em consideração na hora da escolha, os gestores e gerentes de RH devem ponderar sobre eles. Veja alguns exemplos do que se pode avaliar:
1. Liberação da internet
Para manter esses jovens trabalhando com qualidade e rendimento, o ideal é dar a eles acesso liberado à internet. Essa geração já nasceu conectada, portanto para ela faz pouco sentido separar a vida real da virtual.
2. Salários atrativos e plano de carreira
A geração Z espera receber um bom salário para desempenhar suas funções. Mas como não trabalham só para pagar contas, desejam mais do que dinheiro para permanecer na empresa.
Um dos quesitos mais importantes para esses jovens é a possibilidade de crescimento profissional. Na verdade, essa é uma prioridade para a maioria que pensa em trabalhar em uma corporação.
Por terem perfil de empreendedores, imaginam-se em cargos de chefia ou como donos do próprio negócio. O ideal, nesse caso, é estabelecer metas em curto prazo para que subam mais rápido na carreira.
3. Flexibilidade de horários
Em pesquisa feita pelo Manpower Group, constatou-se que não só a geração Z deseja ter horários flexíveis e a possibilidade de trabalho remoto, mas também as gerações que a antecedem.
Portanto, abrir mão do velho horário das 08h às 18h deixa de ser uma opção e passa a ser uma prática essencial, que faz com que as organizações atraiam e retenham talentos qualificados.
4. Autonomia
Essa geração preza por trabalhos nos quais possa exercer sua autonomia. Quanto mais liberdade para desenvolver sua criatividade, melhores serão os resultados entregues.
5. Feedback
Por estar iniciando sua carreira, a geração Z é um tanto insegura no mercado de trabalho. Como consequência disso, demanda feedbacks práticos e constantes. Sua marca é a comunicação; portanto, quanto mais informações obtiver, mais se dedicará às suas funções.
Outro quesito a ser levado em consideração é a necessidade que ela tem de ser elogiada e recompensada quando bem-sucedida em suas tarefas.
Quais são as diferenças entre as gerações?
São quatro as gerações que podemos encontrar dentro de uma organização:
Baby Boomers
Nascidos entre 1946 e 1964, no período pós 2º Guerra Mundial, os baby boomers são tradicionalistas e costumam aceitar com mais tranquilidade que a empresa dirija sua vida profissional.
Geração X
Ela engloba os que nasceram entre 1965 e 1978. A hierarquia convencional não os atrai, e sim arranjos menos formais. São mais desconfiados em relação à autoridade. Contudo, dedicam-se ao trabalho e valorizam muito os bens materiais como carro, casa e celulares.
Geração Y
Compreende os nascidos entre 1979 e 1992. Esses sujeitos não gostam de ser submetidos a regras preestabelecidas. Caso a empresa não responda às suas expectativas e anseios, trocam de trabalho ― esse fato é encarado como algo natural.
Geração Z
Encontra grande dificuldade em lidar com a hierarquização vertical. Ela consegue e prefere se comunicar diretamente com os seus superiores e, não raro, os trata de igual para igual.
Como conciliar as gerações na corporação?
Conflitos entre gerações dentro de uma empresa são muito naturais. Afinal, tem-se diferentes formas de agir e pensar em um mesmo ambiente. Entretanto, cabe aos gestores criar mecanismos que permitam uma convivência mais harmônica entre os colaboradores.
Deve-se entender as demandas e críticas dos funcionários e buscar estratégias para o melhor aproveitamento das habilidades de cada um. Pode-se, também, implantar uma gestão de conflitos. Assim, o diálogo deve ser a prioridade para que o gestor consiga alinhar metas e manter o equilíbrio entre as gerações.
As corporações precisam ser atrativas para reter os melhores colaboradores, independentemente da geração a qual pertençam. Oferecer benefícios como plano de saúde e vale alimentação ainda é um meio de atraí-los, mas não um fator decisivo para que um profissional aceite trabalhar na empresa.
Um ambiente de trabalho atrativo é aquele que desafia o indivíduo a dar o melhor de si e oferece boas oportunidades para que ele se torne não só um profissional desenvolto, mas também um ser humano realizado com o que faz para si e para a sua comunidade.
Gostou deste post? Quer se manter mais informado para atuar em sua empresa? Então, confira nosso conteúdo sobre o que o RH deve saber sobre as mudanças trabalhistas!